domingo, 4 de septiembre de 2011

DESDE BRASIL: SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL COM A MARCHA INDIGENA EM DEFESA DO TERRITÓRIO INDÍGENA NA AMAZÔNIA BOLIVIANA

Indígenas chimanes, moxenhos e yuracarés, com apoio da organização indígena CIDOB que agrupa os povos indígenas das terras baixas de Bolívia, e CONAMAQ (Conselho Nacional de Ayllus e Markas do Qolasuyo, que agrupa as organizações tradicionais de aymaras e quéchuas do altiplano, estão realizando uma marcha a pé de 512 km desde Trinidade a La Paz, sendo apoiados por bloqueios de estradas pelos guaranis do Chaco boliviano e o apoio de organizações populares da Bolívia. Nos somamos assim com nossa solidariedade com a marcha e com a luta do povo boliviano.

 Servindo a interesses de empresas imperialistas petrolíferas como Repsol, Petrobrás e a empreiteira brasileira OAS, assim como a outras empresas madeireiras, o governo de Evo Morales pretende construir uma rodovia atravessando o Território Indígena e Parque Nacional Isiboro Secure (TIPNIS)

Esta violentando em primeiro lugar o artigo 169 da OIT que estabelece a consulta previa em projetos que afetem o modo de vida dos povos indígenas. Este direito está reconhecido também na Constituição boliviana. Por outra parte é delito atentar contra um Parque Nacional com uma rodovia que o dividirá ao meio e provocará a destruição da selva úmida e o modo de vida indígena. Esta destruição da selva no Tipnis danificará não somente os 5 mil yuracarés, moxenhos e chimanes que o habitam, mas suas conseqüências climáticas golpearão uma extensa região boliviana, em primeiro lugar no Departamento de Cochabamba, com um agravamento da estiagem.

A rodovia, que custará 415 milhões de pesos bolivianos, será financiada por um empréstimo do BNDES vinculado a que seja a OAS quem a construa. Tem um enorme sobre preço de mais de 150 milhões de dólares sobre o que custaram outras rodovias similares. Isto será pago pelo empobrecido povo boliviano e foi imposto pelos acordos com o governo brasileiro.

Os argumentos de “integração nacional” e “desenvolvimento” que levanta o governo de Evo Morales são falsos, visto que existem outras alternativas para construir a rodovia. O verdadeiro interesse está nas riquezas naturais do Tipnis que pretendem saquear.

Frente à enorme e crescente solidariedade popular com a marcha, o governo de Evo Morales está fazendo uma intensa e fortíssima campanha de calúnias e criminalização com a marcha dos indígenas. Para confundir o povo boliviano e dificultar a solidariedade os acusa de serem financiados pelo imperialismo. No entanto, não somente não tem apoio imperialista, mas o interesse das multinacionais é o de fazer a rodovia. Isto é parte do plano IIRSA (Iniciativa Integração Regional das Américas) aprovado no ano 2.000 pelos governos neoliberais de FHC no Brasil e Banzer na Bolívia, em sintonia com o projeto de livre comércio na América em função dos interesses multinacionais.

Organizações operárias e populares da Bolívia, como a Central Operária Departamental de Oruro, encabeçada por Jaime Solares; as Federações de Professores de La Paz, Cochabamba e Oruro, dirigentes populares de El Alto como Carlos Rojas da Agrupação La Protesta e Fanny Nina, manifestaram também sua solidariedade com a marcha, dando um valente exemplo ao enfrentar a campanha do governo contra os indígenas.
 
Como trabalhadores, estudantes e intelectuais brasileiros não temos nada em comum com os interesses das multinacionais brasileiras, européias ou norte americanas e os grandes empresários empenhados em saquear a Amazônia no Brasil, Bolívia, Peru, Colômbia, Equador e Venezuela.

Solidariedade com nossos irmãos trabalhadores e indígenas da Bolívia divulgaremos sua luta e alertaremos nossos povos.
assinam:

Estado PARÁ:

Neide Solimões - executiva da CONDSEF
Silvia Letícia Luz  - Delegada Sindical SINTEPP
Cedicio Monteiro- Coordenadora Geral do SINTSEP
Celso Ricardo - Coordenadora Geral do SINDTIFES
Marcio Lima Amaral - Presidente do SINTRAM
Douglas Diniz – Agrupación sindical UNIDOS PRA LUTAR
Rogério  Guimarães – presidente do DCE UNAMA
Gabriel da Cunha– Grêmio  Ulisses Guimarães

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